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Pelotas, RS, Brazil
Atriz, aventurando em produções artísticas independentes e dependentes. Bacharel em Interpretação Teatral (UFSM). Professora de Séries Iniciais (Magistério). Gestora Geral do Teatro do Chapéu Azul - Realizações culturais. Idealizadora do PIQUENIQUE CULTURAL e do FESTIVAL DE INVERNO DE PELOTAS. Há também o CENARUA - festival de Artes Cênicas na Rua em parceria com a Dalida Artísticas Produções.Estudou Desenho Industrial e Vestuário - não se formou, mas aprendeu bastante. Aprendiz de cartomancia, astrologia, numerologia e algumas outras "ias". Fala demais. Ri e chora quando necessário. Não se conforma com algumas coisas no mundo. Já tentou se envolver em política, religião e futebol. Cozinha bem. Gosta de beijos longos e abraços quentes. Nunca saiu do Brasil, mas quer dar umas voltinhas. Pouco saiu do RS. Morou 9 anos em Santa Maria/RS. Gosta de escrever e cantar. É filha única. O ócio a interessa também.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Facílimo


Poemas de amor são bem fáceis:
Saem aos montes e sem esforços
Moldam
No papel, com a caneta
Na tela, com o  teclado
Toda uma série de desventuras
Ou felicidades
Normalmente, dores
São mais inspiradoras...
E se passar do amor egoísta
Este que só diz respeito a mim
Esse que ninguém comigo divide
por desconhecer ou por não
querer se comprometer
Se passar a pensar em como
as coisas estão difíceis por aí
Que os outros também tem suas dores
Seu salário de merda
Suas dúvidas entre os sonhos e as fomes
De comida, teto, transporte, roupas
Se parar pra pensar na crise do capitalismo
E tudo o que teremos que passar pra chegar lá
Num lugar-coisa-estado que nem sei se valerá
Se pensar
Na dura vivencia do faminto
Do celibatário
Do doente
Do atormentado
Do televiciado
Do televisionado
Se eu parar pra pensar
Que pessoas vivem não pelas outras
Mas das outras
Que a exploração chegou a tal ponto
Que eu só como se eu tenho
Que eu só vivo se não for
Nada que atrapalhe os planos
daqueles que vivem de mim
Se eu parar pra pensar nisso tudo
E escrever sobre tudo
Não haveria papel, tela, caneta, teclado
Não haveria nada
Capaz de comportar a dor.
Por isso que digo
São mais fáceis os poemas de amor.

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